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REGRAS PARA SE FAZER O POEMA VARANO

sábado, 27 de agosto de 2011

Meu Alazão (galope à beira mar)













Cantava, deitado, canção que escrevi,
Canção de saudade do meu alazão...
Meus olhos vermelhos molharam o chão,
Na mesma cadência que um dia já vi!
Lembrei do macio do pelo e o senti,
Da crina, das patas, do seu galopar
E até que deitava quando eu ia montar!...
O meu alazão foi presente de pai,
De quem a lembrança comigo inda vai,
Seguindo a galope na beira do mar!

Naquele cavalo eu andei mundo afora,
Por matas e rios disposto a passar,
Sem medo, sem pressa, em todo lugar!
O meu alazão na lembrança inda mora...
Mordida de cobra o levou sem demora,
Deixando saudade na gente ao lembrar,
Dos belos passeios e seu galopar!...
Se força eu tivesse, fazendo oração,
Traria de volta esse meu alazão,
Pra andar a galope na beira do mar!...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ais em desencanto

Quebrado o encanto
Já não há mais canto
Só dor, muito pranto
Sem um acalanto
Para consolar!

Encanto quebrado
Há pranto chorado
Há peito apertado
Amores findados
Não há o que falar!

De tão destroçados
Os ais são pensados
Os risos guardados
Sofridos, calados
São ais de amargar!

GALOPE À BEIRA MAR Nº 1


Corria entre o verde do seu milharal,
Qual fosse ele um anjo voando no céu!
Corria ao relento fazendo escarcéu,
Brincando no vento chamado terral,
Nos muitos folguedos no grande quintal,
Na calma e na brisa daquele lugar!...
Agora passeia, tentando lembrar
Das brancas areias, do verde das matas,
Mas, já não mais ouve nem som das cascatas
E corre sozinho na beira do mar!...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Nossas Vidas

















Abri minha janela para o mundo,
De longe vi você me acenando!
Hoje seguro a mão que, tremulando,
Sinalizava amor, e amor profundo!

Lembro do seu sorriso espontâneo,
Do jeito inda sapeca que trazia,
De como veio a mim sem fantasia,
Na química do amor tão simultâneo!

Agora de mãos dadas nos caminhos,
Vamos levando juntos nossas vidas,
Sem dores e sem mágoas ressentidas...

E entre jardins floridos sem espinhos,
Nós edificaremos nosso ninho,
Onde nos amaremos sem medidas!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Kirô














Tinderê, tinderê
Balacuraco oiá´
Balacuraco oiê
Tipurumbá, kaiá

Ocurandaiá
Elabacuchê
Ocapaiorá
Calinumbanzê

Ô siranuí
Ô siparanjé
Kazimundanuí
Oripunaié
  
Skiri cundum
Iluiá caô
Ebulê burum
Cadolá kirô

domingo, 7 de agosto de 2011

Ciclo da Vida













Eclode do arcabouço a alma desolada,
Do transe natural que o corpo não resiste!
Mistérios... Desenlaces que este mundo assiste,
Na volta à eternidade d’alma libertada...

De algum lugar incerto chegam almas novas,
Para cumprir em vida missão planejada,
Viver o amor e a dor que foi determinada,
Fazer dever de casa em repetidas provas!

Gira no espaço etéreo esse planeta Terra,
No entra-e-sai de seres que reciclam vidas,
Vindos de dimensões por nós desconhecidas!...

Reboam longe os choros que a tristeza encerra,
Enquanto um choro novo ecoa lá na serra!
...E o ciclo se refaz em almas renascidas!

sábado, 6 de agosto de 2011

Assim ela chegou














Se encantamento foi, pegou-me de surpresa!
Nos ais do seu viver, mostrou-me sua graça!
De mim fez o seu lar, sua rua, sua praça,
Chegou na mansidão, deitou-se à francesa!...

Espumas pelo ar, qual veste angelical,
Nenúfares em par a ornamentar o leito,
Solfejos de canções a ressoar do peito,
Que chora e ri na paz qual ser umbilical!...
  
Assim ela chegou, trazendo a sua luz
E em raios de esplendor a alumiar a noite,
A espantar o mal, as trevas e o açoite,

Prendeu meu coração à imagem que reluz,
Nas águas do amor aonde me conduz
A salvo no seu mar... onde só eu me afoite!...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A flor que eu encontrei

Vi num jardim da rua da Saudade
Uma pequena flor que me sorria;
Por lá passava eu a dar bom dia
A uma flor no meio da cidade!

O que se passa aos olhos do poeta,
A outros olhos lhes parece vão...
Aquela flor um dia foi botão...
É a vida pelos olhos dum esteta!

De ver a vida assim me acostumei,
Tornei você a flor que eu encontrei,
Para regá-la sempre à luz da lua!

Em minhas noites beijo os lábios seus,
Os dois botões que apontam os lábios meus
E encontro a suave flor, ardente, nua!


Assista ao vídeo no endereço abaixo:

http://youtu.be/_jxZwc1QOdo