Cantava, deitado, canção que escrevi,
Canção de saudade do meu alazão...
Meus olhos vermelhos molharam o chão,
Na mesma cadência que um dia já vi!
Lembrei do macio do pelo e o senti,
Da crina, das patas, do seu galopar
E até que deitava quando eu ia montar!...
O meu alazão foi presente de pai,
De quem a lembrança comigo inda vai,
Seguindo a galope na beira do mar!
Naquele cavalo eu andei mundo afora,
Por matas e rios disposto a passar,
Sem medo, sem pressa, em todo lugar!
O meu alazão na lembrança inda mora...
Mordida de cobra o levou sem demora,
Deixando saudade na gente ao lembrar,
Dos belos passeios e seu galopar!...
Se força eu tivesse, fazendo oração,
Traria de volta esse meu alazão,
Pra andar a galope na beira do mar!...