Pessoas passando
e a chuva molhando
o rio descendo
e a chuva molhando
vai molhando o rio
vai molhando o chão
vai molhando tudo
é chuva de noite
é chuva de dia
molhando o pernoite
da velha boemia
com chuva de goles
de muitos solfejos
cheirando a fumaça
mulata que passa
com gosto de beijo
chuva de violão
de som e mulata
batendo na lata
do meu coração
e chove lá fora
uma chuva que molha
e chove aqui dentro
uma chuva que chora
que chora outro choro
um choro de banjo
cavaco e pandeiro
é o “brasileirinho”
um velho chorinho
que é bem brasileiro
abre-se a porta
outra vida torta
adentra o salão
e o chorinho segue
mulatas dançando
bebidas rolando
malandro se entregue
dou voz de prisão
não fuja, não tente
lhe diz a mulata
faz pose e arrebata
preso e contente
o malandro valente
lhe dá o coração
nos braços de um anjo
o malandro é refém
silencia o banjo
silencia o pandeiro
começam as apostas
só vale dinheiro
e aquele marmanjo
que vivia à toa
nos braços do anjo
encerra a noitada
não quer mais o banjo
segura a mulata
que ele arremata
e sai numa boa
e vai rindo à toa
e a chuva molhando
o dia amanhecendo
a noite findando
quem não dançou, dançou
ou já está dançando
e a chuva molhando
e a manhã chegando
é gente saindo para trabalhar
e o malando voltando
para descansar
o dia raiando
e a chuva molhando
molhando meus olhos
cansados de sono
de muitos bocejos
boemia, desejos
de horas vadias
nada a reclamar
mulatas e beijos
em bocas de orgia
acabou a folia
e o malando sadio já vai descansar.
Olha eu aqui! Vim rapidinho, né?! rs... bj!
ResponderExcluirO verdadeiro gotejar de um poeta.
ResponderExcluirParabéns!
pois é...Beijos de Luna
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